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Galeria Theodoro Braga recebe a exposição 'Entre o Rumor e o Silêncio'

Por Editor FCP (x Mentor Suporte)
06/04/2015 12h14

O artista visual e poeta Marcílio Costa é o primeiro dos selecionados no Edital 2015 da Galeria Theodoro Braga, da Fundação Cultural do Pará (FCP), a apresentar sua exposição. Constituída de cinco obras – uma vídeoinstalação, uma série de gravuras, duas vídeoartes e uma instalação com mescla de gravuras e áudio –, a mostra “Entre o Rumor e o Silêncio” será aberta na próxima quinta-feira (9), às 19h, para convidados, estudantes e público em geral. A mostra pode ser vista até o dia 30 de abril, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, com entrada franca.

Segundo o artista, a mostra é composta por obras em que a imagem guarda relações intrínsecas com a literatura, mais especificamente a poesia. “As barreiras ou contornos entre as linguagens estão aqui borrados. A palavra está menos evidente formalmente e mais presente enquanto elemento fundamental para a atribuição de sentidos e conceitos. Busca uma essencialidade da poesia, pensado-a como Otávio Paz em ‘O Arco e Lira’, como uma substância inerente à arte”, define.

Marcílio Costa pretende, com a exposição, abranger seus dois campos de interesse: a poesia e as artes visuais, especialmente o vídeo e a gravura. As obras apresentadas são resultado dessa busca. “Obras que nasceram, em sua maioria, da convivência com os livros, com poetas e suas palavras”, descreve.

A artista Marisa Mokarzel, quem assina a crítica da exposição, por suas palavras parece ver sintonia entre o que o poeta quis passar e aquilo que se vê exposto na galeria: “O leitor, artista e poeta se fundem em um único personagem para compartilhar os nomes ícones de sua formação, da mesma maneira que divide com o leitor/ espectador as suas memórias tecidas com literatura. No vídeoinstalação ‘A Hora dos Assassinos’, o artista/ poeta ironiza o mundo contemporâneo em que as testemunhas, os crimes têm mais espaço na mídia do que a arte, a literatura”, ela escreve.

Linguagens – Além da vídeoinstalação citada por Mokarzel, também há a “Whitman, Whitmen”, na qual o poeta e artista visual pretende um diálogo, uma intersecção com o poeta Walt Whitman, sua atitude poética em aproximar a “fala” da poesia com a fala e a vida do cidadão comum. Por isso a obra foi feita com a participação e colaboração de várias pessoas e suas profissões: são professores, pescadores, prostitutas, pedreiros e advogados. Suas poses aludem à clássica imagem de Whitman – um marco na história da gráfica do livro.

Na série de gravuras “Mesmo Com os Teus Sapatos, Impossível”, Marcílio Costa trata do encontro de vários autores fundamentais para sua formação poética: Max Martins, Rui Barata, Ezra Pound, João Cabral, Drummond, Maria Lúcia e Rimbaud, entre outros. “A fusão de seus olhos em meu rosto busca evidenciar a pluralidade da arte em sua forma de observar e traduzir a o mundo e a vida”, diz ele. Já os vídeos “Crescemos” e “Esta Ave Estranha e Escura” falam da poesia submersa no mundo cotidiano.

Marcílio Costa é graduado em artes visuais pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Entre suas atividades e produções artísticas recentes estão a seleção este ano para o projeto “Sesc – Confluências de Artes Visuais” e para a “Feira Independente Latino-Americana de Arte Contemporânea, em São Paulo (SP). O poeta também está presente em diversas publicações, como o “Ofício de Muitas Vozes” (2014), ensaio do Circuito das Artes, e o “Depois da Sede” (2012), livro de poesia vencedor do Prêmio Dalcídio Jurandir de Literatura de 2010, da Fundação Cultural do Pará.

Serviço: Exposição “Entre o Rumor e o Silêncio”. Vernissage na quinta-feira (9), às 19h. Visitação até 30 de abril, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, na Galeria Theodoro Braga (subsolo da FCP), que fica na Avenida Gentil Bittencourt, 650, esquina com a Travessa Rui Barbosa, em Nazaré. Vernissage e visitação gratuita.