A Fundação Cua ltural do Pará iniciou na última terça-feira (18) as apresentações dos Pássaros e cordões juninos no Teatro Waldemar Henrique. O evento, que se estende até 23 de junho, integra a programação do Arraial de Todos os Santos 2024 e constitui uma das etapas do edital de Folguedos. Este ano, 91 grupos de diversas expressões da cultura popular paraense foram selecionados, sob a coordenação técnica da Diretoria de Interação Cultural (DIC) da FCP. Desses 91 grupos, 17 vão se apresentar no TWH até o próximo domingo, 23. Sempre com entrada franca.
No primeiro dia, três grupos se apresentaram: o cordão Bacu, de Icoaraci; o pássaro Tangará, do bairro do Marco; e o pássaro Sabiá. Célia Pinto, coordenadora de linguagem corporal da FCP, destacou a história e a importância dos grupos que se apresentaram. “O cordão Bacu foi criado numa comunidade periférica de Icoaraci há 26 anos e trabalha com crianças e jovens. Já o Tangará é um grupo teatral mais estruturado, com adultos, e liderado pelo mestre Agenor Del Valle, que tem uma longa tradição no teatro de pássaros. O último, o pássaro Sabiá, é coordenado pelo mestre João de Paula, conhecido como Bombinha, é um dos mais antigos e voltou às atividades após um período de inatividade”, explica a coordenadora.
Abrindo a programação se apresentou o cordão Bacu, criado em 1998 pelo casal Rita e Paulo Silva, e atende jovens da comunidade Nova Itália, no Furo do Maguari, periferia de Icoaraci. Mestre Paulo explicou a origem do grupo: “Em 98, estava muito difícil o confronto de gangues no nosso bairro. Aquilo me incomodou e eu criei o Bacu para oferecer algo positivo aos jovens. Foi difícil no começo, mas hoje, com 26 anos de história, o Bacu é um espaço de resistência e transformação.” Sobre a apresentação no Teatro Waldemar Henrique, Mestre Paulo expressou sua satisfação: “É gratificante porque, sendo da periferia, raramente temos espaço para nos apresentar. Trazer nossos jovens para um lugar tão bonito é muito importante.”
A segunda apresentação da noite foi do pássaro Tangará, fundado oficialmente em 1980 com o nome de “Bem-Te-Vi” pelo mestre Alberto Bastos, na ilha de Mosqueiro. Hoje, o grupo é ponto de cultura certificado pela Secretaria de Cultura do Pará (Secult) e tem como guardião o mestre Agenor Del Valle. Segundo o mestre, o objetivo do grupo é preservar a cultura paraense, contribuindo socialmente com ensinamentos e geração de renda. “Nosso foco é engrandecer o que é tipicamente paraense, preservando nossas raízes e oferecendo um futuro melhor para as novas gerações,” afirmou.
Fechando a noite, o pássaro Sabiá, fundado em junho de 1949 pelos mestres Renato Mesquita e Laércio Gomes, apresentou-se sob a coordenação do mestre João de Paula Ramos, conhecido como Bombinha. O grupo, que enfrentou períodos de inatividade, foi revitalizado por Bombinha em 1998. Hoje, o Sabiá tem sua sede na passagem Jarina, no bairro do Marco. “Nosso primeiro ponto de ensaio foi o quintal da casa do nosso querido Renato Mesquita. Agora, temos uma sede fixa, mas o espírito do Sabiá permanece o mesmo,” explicou.
As apresentações dos Pássaros Juninos e cordões juninos no Teatro Waldemar Henrique continuam até o dia 23 de junho, confira a programação e venha se encantar com o Arraial da FCP.
Programação
Dia 19 - quarta-feira
- 18h: Cordão de Bicho - ONCINHA
- 19h: Pássaro Junino - ARARAJUBA
- 20h: Grupo de Pássaros - JAPIIM
Dia 20 - quinta-feira
- 18h: Cordão de Pássaro - TEM-TEM DO GUAMÁ
- 19h: Pássaro Junino - ROUXINOL
- 20h: Pássaro Junino - SUINDARÁ
Dia 21 - sexta-feira
- 19h: Pássaro Junino - BEIJA-FLOR
- 20h: Grupo Junino de Pássaros - TEM-TEM DE OUTEIRO
- 21h: Cordão de Pássaros - A GARÇA
Dia 22 - sábado
- 18h: Cordão de Pássaros - O BRAGANTINO
- 19h: Cordão de Pássaro - PIPIRA DA ÁGUA BOA
- 20h: Pássaro Junino - PEQUENO GUARÁ
- 21h: Cordão de Pássaros - UIRAPURU DA LIBERDADE
Dia 23 - domingo
- 18h: Pássaro Junino - COLIBRI DE OUTEIRO
- 19h: Pássaro Junino - PAVÃO
- 20h: Pássaro Junino - PAPAGAIO REAL