Poesia, música e, principalmente memória afetiva, fizeram parte da noite Cultural de celebração pelos 153 anos da Biblioteca Pública Arthur Vianna, nesta segunda-feira (25), no palco do Cine Líbero Luxardo, em Belém.
"Como pessoas carentes financeiramente de escolas públicas e grupos escolares, no tempo em que a gente fazia exames, as pesquisas sobre a história, sobre a geografia, nós vínhamos fazer dentro da biblioteca. Depois de algum tempo, já terminando, naquela época o estudo científico, eu procurei entrar em contato novamente com a biblioteca. E essa relação foi crescendo, depois eu comecei a escrever, escrevi um romance, contos, poesias, música, ganhei festivais e, assim, foram evoluindo. Então isso aí foi fundamental, e é fundamental até hoje, a biblioteca pública", recorda Rui do Carmo, poeta e escritor.
Criada em 1871, o espaço é considerado um dos mais importantes do Pará, abrigando obras raras do campo do audiovisual, musical e da literatura. Composto de aproximadamente 800 mil volumes.
"Estamos fazendo uma breve homenagem a esta grande instituição que tanto ajuda e fortalece a nossa educação, a nossa cultura, enfim, nós estamos entregando em todo o estado do Pará a leitura, no programa Leitura por todo o Pará, um projeto apoiado pelo nosso governador Helder Barbalho e nossa vice-governadora Hana Ghassan, levando o livro, levando a leitura, levando a educação e cultura para todo o nosso o Pará", destacou Thiago Miranda, presidente da Fundação Cultural do Pará.
Dividida em dois andares, no segundo e terceiro piso do prédio do Centur, a biblioteca chega a receber um público de até mil pessoas por dia, em todos os seus andares, entre crianças, jovens, idosos, adultos, pessoas em vulnerabilidade social, deficientes visuais que utilizam o acervo (livros, gibis, DVDs, livro falado, etc.) e seus serviços (empréstimo, cadastramento de usuários, acesso a internet, programações culturais.
Além da literatura, o local se divide em diversos ambientes contando com o espaço braille, a Fonoteca Satyro de Mello, uma Gibiteca, uma Brinquedoteca, o auditório Aloysio Chaves e a sala de restauros. Além do mais, a Biblioteca Pública Arthur Vianna coordena espaços: a “Francisco Paulo Mendes”, na Casa da Linguagem, a “Vicente Sales”, na Casa das Artes, a “Carmen Souza” no Núcleo de Oficinas Curro Velho, e as bibliotecas localizadas nas Usinas da Paz, espalhadas pela região metropolitana de Belém e na região sudeste do Estado.
"É muito importante que a gente saiba que essa instituição, que tem 153 anos, ainda está muito atual. É uma biblioteca, apesar de ter livros, ser presencial, porque o digital só vem agregar mais produção científica. É popular os nossos serviços. Porque a biblioteca trabalha com todas as linguagens artísticas, não só a literatura. Nosso foco principal é a literatura, mas a gente trabalha com as linguagens cênicas, visuais, tudo que diz respeito à arte e cultura, a biblioteca também está envolvida", destaca Socorro Baía, coordenadora das bibliotecas da Fundação Cultural do Pará.
No evento foi lançada a terceira edição do Concurso de Quadrinhos, que está com as inscrições abertas até 26 de abril. A noite encerrou com a apresentação do grupo folclórico Mestre Lourival Igarapé e banda, dando um toque bem paraense no aniversário da Biblioteca Pública Arthur Vianna.
