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“Cantario”: Casa das Artes apresenta ato poético do multiartista paraense Thales Branche 

Projeto percorre diversos universos que atravessam composições autorais
Por Helena Saria (ASCOM)
21/03/2024 13h39

A Fundação Cultural do Pará (FCP) apresenta mais uma edição do projeto Trilhas Compartilhadas. Dessa vez, o professor e multiartista Thales Branche traz o trabalho “Cantario”. O evento será nesta sexta-feira (22), na sala de dança da Casa das Artes, a partir das 19h, com entrada aberta ao público.

“Cantario” é um projeto premiado pelo Edital 12/2022 de Incentivo à Arte e à Cultura da FCP, ao mesmo tempo em que também é uma produção artística vinculada às ações do projeto institucional de pesquisa “Vozes Encorporadas: processos de criação e epistemologias caboclas na Amazônia”, coordenado por Thales Branche em suas atribuições de artista, professor e pesquisador na Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Branche transita entre a educação, artes cênicas e musicais acompanhado de seu violão. Em “Cantario”, o artista de origem tapajônica propõe um ato poético, uma viagem-oferenda navegante entre alguns dos universos de suas composições autorais. 

O cancioneiro que dá origem a “Cantario” é composto de obras que convocam a mitologia familiar, imaginações seresteiras e encantarias afro-amazônicas, num passeio por paisagens diversas da cantoria do artista. 

“As músicas que integram o repertório de “Cantario” foram compostas a partir do contato com os universos experienciados ao longo da minha vivência. Inicialmente, esse trabalho não surge como uma proposta exatamente artística, pois as composições vêm antes de pensar em organizar o ato poético como obra artística. Elas vêm quase que espontaneamente em momentos sensíveis de grande atravessamento emocional. Por isso são canções importantes no meu trajeto de vida”, detalha Thales Branche. 

O artista pondera que as composições acabam tornando-se uma espécie de canal por onde ele elabora uma série de questões emocionais importantes para si, como vida e morte, momentos de celebração e sua experiência enquanto afro-religioso. Ele considera que “Cantario” é feito para ser um momento de partilha em cantoria, mistério e poesia: nem show musical, nem espetáculo teatral. 

“Acho que o público pode esperar um momento de partilha sensível, de questões que são de ordem bastante íntima. Menos do que o momento de exibição, é, realmente, um momento de compartilhamento de material de muita intimidade, mas que eu tento trazer à tona, trazer para a partilha compreendendo que são espaços do humano. De intensidade, de profundidade de emoções, e acho que é rico também nas narrativas da nossa cultura tradicional, das encantarias. Então, o público pode esperar isso: uma partilha sensível, muito íntima do universo que é particular, mas, que é partilhado também”, finaliza.

Serviço “Cantario: um ato poético de Thales Branche”
Quando: 22 de março, às 19h
Onde: Casa das Artes, R. Dom Alberto Gaudêncio Ramos, 236, Nazaré
Entrada franca