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18º Festival Se Rasgum discute música e sustentabilidade no ‘Music On The Table’

Evento viabilizado pela Lei Semear da Fundação Cultural do Pará começa a partir desta quarta-feira (14) com palestras e rodadas de negócios
Por Álvaro Frota (FCP)
14/11/2023 10h57 - Atualizada em em 14/11/2023 11h26

A partir do dia 14 de novembro, o Se Rasgum terá uma programação gratuita com workshops, palestras e rodada de negócios com o Music On The Table (MOTT). O evento antecede a abertura do Festival e ocorrerá, até o dia 17, no Palacete Faciola, na Usina da Paz de Jurunas e no Teatro Gasômetro. A ação é realizada junto à Fundação Cultural do Pará (FCP), via Lei Semear.

Na edição deste ano, o MOTT celebra a maioridade do Festival Se Rasgum com uma proposta especial, discutindo música, com mesas e palestras sobre a emergência climática e a saúde mental na indústria musical. O evento reúne regularmente produtores, artistas, jornalistas, professores, entre outros profissionais. 

Nos 18 anos de festa, o evento ganhou outras proporções, atraindo pesquisadores de mudanças climáticas, sociólogos e ativistas sociais. Estes compõem a mesa “Cultura, Sustentabilidade e Emergência Climática”, mediada por Luciana Adão, e por debatedores como Lucas Nassar, Giovana Abreu, Alziney e Samantha Chaar.

A programação se divide ainda em workshops diversos, com temas como grafite, compostagem, gestão de carreira e o famigerado caminho para acessar com sucesso a Lei Rouanet. Haverá ainda palestras sobre como os artistas podem se beneficiar de políticas públicas voltadas para a cultura, e sobre distribuição digital, além de uma esperada mesa sobre o cenário do reggae em Belém.

No dia 15, o produtor musical Pena Schmidt promoverá a palestra “A Lista das Listas”, sobre como determinadas bandas viram atrações principais de grandes eventos. Ele, que foi um dos responsáveis pelo surgimento de grupos como Titãs e Ira!, destaca que a ideia do evento surgiu em 2010, como forma de premiar trabalhos respaldados pelo valor artístico.

“Acredito que a lista seja bastante esclarecedora de algumas premissas básicas. Não aparecem lá trabalhos de sucesso, não se recomenda como ‘melhor do ano’ a vertente comercial. Isso já é um incentivo. Depois, a integridade artística fica visível: trabalhos sem filtro, emoção sincera, frequentam as listas. Em seguida, uma constatação: a maioria dos discos não teve grandes campanhas digitais, mas um trabalho de divulgação orgânico”, explicou Schmidt.

O Music On The Table também trará a Doutora em Sociologia Dani Ribas, do Sonar Cultural, para um debate sobre impulsionamento de carreira com as redes sociais. Sua palestra, no dia 16, ensinará, com base científica, o que fazer para utilizar o algoritmo como seu aliado. É a primeira vez da pesquisadora no Se Rasgum, momento para o qual revela estar ansiosa.

“Ano passado eu participei do MOTT, mas de modo virtual. Presencialmente, nunca fui. Sempre foi um sonho, porque é um festival muito reconhecido, muito referência, que lança muita tendência numa região do país que é especial, deveria ser para todos os brasileiros, e para mim, em particular, é muito especial. Então é um sonho poder ir presencialmente nesta edição, porque é um festival ‘ponta de lança’”, disse Dani.

Ela desenvolveu o método “ID_MUSIQUE: Fanbase além do algoritmo”, com o qual ganhou em 2021 o Prêmio Inovação Empresarial do programa “Transforme sua Pesquisa em Negócios”, da Fundação Fórum Campinas.

“O grande mérito desse método é que, no final das contas, ele é um grande estudo de demanda artística. É um grande estudo de demanda num mercado em que existe muita oferta artística e poucas ferramentas para estudar a demanda pela música. Afinal de contas, são 100 mil novas músicas lançadas por dia nas plataformas”, explicou a socióloga.

Serviço 

Music On The Table

Data: 14 a 17/11

Para conferir a programação, clique aqui.