A Fundação Cultural do Pará (FCP) receberá, na quarta-feira (1º), a penúltima exposição contemplada pelo Prêmio Branco de Melo 2023. Com a curadoria de Alexandre Sequeira, os artistas Jan M.O. e Élcio Miazaki esperam o público na Galeria Theodoro Braga a partir de 19 h, para a abertura oficial. O acesso é gratuito, e as obras ficarão disponíveis para visitação do dia 6 de novembro até 20 de dezembro.
Os artistas, que vieram de São Paulo e do Rio de Janeiro, ficaram em Belém por 20 dias mapeando os centros históricos da cidade. O objetivo foi identificar áreas onde houve conflitos com as forças armadas no período da ditadura militar. Cada um deles trabalhará com uma linguagem artística, a fim de ilustrar suas pesquisas.
Élcio Miazaki falou sobre sua expectativa quanto à exposição. “Eu espero que o público tenha contato com o que conseguimos pesquisar sobre o assunto, e fazer com que reflita sobre como fazer da sociedade um lugar mais igualitário”, disse o artista.
Na exposição, o artista pretende usar as fotografias, que abordam questões de afeto, conservação e manutenção da cultura e história.
O artista falou ainda sobre sua memória afetiva em relação às galerias de arte. “Quando se fala de museus e exposições, eu lembro da minha infância e das excursões que fazia. Elas me marcaram muito, e até ajudaram a definir a minha carreira. Eu penso nas próximas gerações que possam visitar a minha exposição e se sintam tão inspiradas quanto eu me senti”, acrescentou.
Antes da exposição, Jan M.O. promoveu uma oficina de artesanato de papel, na qual ensinou a produzir “máquinas de dizeres”. Com simples trocas de letras em uma palavra, o público refletiu e questionou temas socioeconômicos. Os aparatos serviram como base para a mostra “Dispositivos Dissonantes”, na qual apresenta sua visão da realidade.
“Para esta exposição nós resolvemos propor no Edital Branco de Melo uma ‘auto residência’, totalizando quase um mês de nossa estadia em Belém. Aqui, nós fizemos um mapeamento de lugares históricos, que vão ao encontro da nossa pesquisa, além de contratar pessoas e serviços da região para a materialização de nossos trabalhos, num recorte local para as nossas poéticas”, explicou.
As obras abordam questões de afeto presentes nessas produções, mas também olhares para outras temáticas, como a conservação e manutenção da cultura e da história como ferramentas de reflexão e melhoria social.
Serviço: Exposição “Dispositivos Dissonantes”.
Abertura: 1° de novembro (quarta-feira), as 19 h.
Visitação: de 06/11 a 20/12, das 9 h às 17 h, na Galeria Theodoro Braga, subsolo do Centur (sede da FCP) – na Avenida Gentil Bittencourt, nº 650, bairro Nazaré.