A Fundação Cultural do Pará promove, a partir desta quarta-feira (27), a mostra audiovisual do Cine Front Clube DH. O objetivo é expor ao público os resultados dos projetos contemplados pelo Prêmio Mergulho FCP 2023. O evento vai ser realizado na Casa das Artes até o dia 29 de setembro, às 18h30.
Para cada um dos três dias de mostra em Belém serão exibidas duas produções focadas na Amazônia e dirigidas por profissionais locais. As temáticas retratam a luta das comunidades amazônidas contra os impactos da mineração, do agronegócio e da extração ilegal de madeira. Além disso, contam também a história dos extrativistas-ambientalistas que inspiraram a criação do Instituto Zé Cláudio & Maria (IZM), organização que atua pela preservação do meio ambiente.
Vale ressaltar que a mostra do Cine Front Clube DH já passou por outros municípios do Estado, tais como Nova Ipixuna, Itupiranga e Bom Jesus do Tocantins. Depois de passar por Belém, as exibições continuarão em Marabá, onde o ciclo da mostra se encerra.
“A ideia é socializar em escolas e comunidades rurais as obras que retratam a realidade regional em relação aos impactos sofridos pela degradação do meio ambiente. São filmes sobre a luta dos ambientalistas, dos indígenas e dos camponeses em defesa de seu território e de seus direitos”, explicou Evandro Medeiros, responsável pela mostra.
A coordenadora de Audiovisual e Artes Visuais da FCP, Melissa Barbery, fala sobre a importância de expor os resultados desses projetos. “O objetivo é fomentar o audiovisual paraense através dessas mostras, que vão publicizar esses trabalhos e deixá-los acessíveis tanto para profissionais da área quanto para pessoas leigas”, disse.
“A Casa das Artes tem uma responsabilidade muito grande com o audiovisual. Quando a gente pensou nesse edital, a gente pensou na oportunidade de fomentar o setor através da educação. Esse é o maior ponto positivo dessas mostras, pois cada uma teve uma ação educativa, seja em cursos seja em oficinas”, concluiu a coordenadora.
Audiovisual - Com o objetivo de impulsionar cada vez mais o setor do audiovisual, a Fundação Cultural do Pará está executando três editais viabilizados pela Lei Paulo Gustavo (LPG). O objetivo é dar apoio às salas de cinema, assim como fomentar a produção regional em festivais, mostras, cineclubes, cinemas de rua ou itinerantes. Todas as inscrições devem ser feitas através do portal do mapacultural.pa.gov.br.
Os recursos somam mais de R$ 62 milhões em investimento, o maior já aplicado no setor cultural, que serão repassados pelo Governo Federal, através da Lei Complementar nº 195/2022 – Lei Paulo Gustavo. A Fundação Cultural do Pará é responsável pelos editais referentes aos incisos II e III do Artigo 6º da lei.
“A FCP, como instituição que preserva e difunde a produção artística no Pará, vai entregar três editais, no valor de R$ 12 milhões de fomento aos cinemas de rua, itinerantes e cineclubes, além de mostras audiovisuais e apoio às salas de cinema”, disse Thiago Miranda, presidente da FCP.
“Esses fomentos vão aprimorar as habilidades técnicas, criativas e gerenciais dos profissionais, bem como estimular a formação de novos talentos. Essa é a maior importância dos editais, capacitar e incentivar a produção cultural no nosso Estado”, finalizou Thiago.
Fomento - Além dos editais LPG, a Fundação Cultural possui outros concursos voltados para o audiovisual. O Prêmio Mergulho já está na fase final das apresentações dos projetos e teve premiação total de R$ 700 mil. Ao todo, 15 projetos foram contemplados.
A professora Manuela Araújo foi uma das premiadas pelo edital e já produziu um filme focado nas histórias locais. Residente de Santarém Novo, ela fala um pouco sobre seu projeto. A professora também realizou a oficina audiovisual Rio de Saberes, na Reserva Mato Grosso.
“Eu trabalho aqui na Escola Municipal Magalhães Barata, na Vila de São João de Perimirim. Nossa oficina durou uma semana e tivemos a participação de alunos, professores e demais pessoas da comunidade. A partir disso, produzimos o filme ‘Contos de Igarapé’, que brevemente estará disponível nas plataformas de vídeo”, disse Manuela.
Melissa Barbery conta sobre como o edital foi pensado e comenta sobre os resultados dos projetos como fruto de um trabalho a longo prazo.
“O Prêmio Mergulho foi um edital pensado para atender a um nicho muito específico. Nós já tínhamos editais voltados a outras áreas de pesquisa e experimentação em diversas áreas. Nós começamos a trabalhar com o audiovisual relacionando-o às linhas de educação e de mostras, disse a coordenadora.
“A gente espera que, por meio disso, possamos apresentar resultados de processos transformadores para alunos de escolas públicas estaduais e municipais”, finalizou Melissa.
Outro edital de fomento ao audiovisual da FCP é o 1º Festival de Cinema Açaí, que pretende promover a formação de novas plateias, disponibilizando acesso gratuito às produções. As obras contempladas no edital ficarão licenciadas para exibição pelo prazo de dois anos, para serem exibidas em eventos da Fundação ou na programação do Cine Líbero Luxardo, bem como na plataforma da Sala Virtual.
O Festival está previsto para acontecer ainda este ano, como programação de reinauguração do Cine Líbero. A Fundação Cultural do Pará, como instituição que preserva e difunde a produção artística no Estado, está de portas abertas para receber fazedores de cultura nas mais diversas linguagens, sejam elas teatro, circo, dança e música sejam audiovisuais e literárias.