Responsável pela entrega de duas das maiores galerias de arte a céu aberto da Amazônia, o "Cores do Pará" já levou capacitação a mais de 20 municípios do estado. O projeto foi viabilizado pelo Programa de Incentivo à Cultura - Semear, da Fundação Cultural do Pará (FCP), e chega à sua terceira edição mantendo o objetivo de qualificar jovens e adultos nas artes visuais, com ênfase no grafite e muralismo, tornando-os aptos ao mercado de trabalho.
O grupo, que reúne 16 artistas sob a coordenação de And Santos, realizou pinturas nos elevados Gunnar Vingren, da avenida Júlio César, e Carlos Marighella, na avenida Almirante Barroso. As obras retratam temas discutidos na Cúpula da Amazônia e que serão debatidos na COP 30, tais como sustentabilidade, meio ambiente e povos originários.
Foto: Kalleb RendeiroAo todo, foram pintados cerca de 7 mil metros quadrados de murais artísticos, compondo o maior painel de arte urbana do estado. Para o grupo de artistas, pintar os elevados de Belém foi uma decisão estratégica devido à sua localização nas duas principais rotas de entrada da capital.
“Quem chega pelo aeroporto, passa pelo elevado Gunnar Vingren, e quem chega pela Almirante Barroso, passa pelo elevado Carlos Marighella. Isso dá visibilidade aos temas das obras, tanto para a população local quanto para os turistas”, disse o produtor cultural e coordenador do "Cores do Pará", André Monteiro.
Para a secretária executiva do Programa Semear, Carmem Fischer, o projeto “traz beleza e capacidade técnica surpreendente para a paisagem urbana, como arte pública e criatividade, dando uma maior visibilidade e expressividade às obras de artistas contemporâneos. É uma intervenção estética repleta de significados simbólicos e contextuais, visíveis em uma impressionante estamparia visual a céu aberto".
Amazônia em foco - A proposta surge em um momento no qual a Amazônia e o Pará estão em evidência mundial. Nos últimos dias 8 e 9 de agosto, Belém foi palco da "Cúpula da Amazônia", que reuniu chefes de Estado dos oito países integrantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA): Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Em 2025, está prevista a realização da COP 30, também na capital paraense. O objetivo do encontro é discutir temas relacionados ao meio ambiente. Em sua 30ª edição, é a primeira vez que o evento é realizado no Brasil.
Foto: Kalleb RendeiroO presidente da Fundação Cultural do Pará (FCP), Thiago Miranda, reafirma o papel da instituição em relação à Amazônia e à produção artística no estado. “A Fundação tem como objetivo garantir o desenvolvimento cultural no Pará através das linhas de financiamento e da Lei de Incentivo à Cultura. Nós estamos aqui para estimular a pesquisa e a experimentação em diversas áreas artísticas e promover o cidadão amazônida como agente de sua própria cultura”, explicou.
Capacitações - O "Cores do Pará" já realizou capacitações em artes visuais em mais de 20 cidades paraenses. O legado deixado são murais produzidos por artistas já qualificados pelo projeto. A meta do grupo é alcançar todos os municípios, deixando mais de 4 mil pessoas aptas a ingressar no mercado das artes visuais.
“Conseguimos presentear a cidade com enormes galerias de arte a céu aberto, que podem ser visitadas por todo o cidadão belenense, de dia ou de noite. Os turistas e visitantes que chegam a cidade também podem vislumbrar essas duas grandes galerias de arte”, disse André Monteiro.
Para o produtor, é importante ressaltar o valor da arte para o cenário urbano das grandes cidades. “Belém merece essas cores, merece ser bem vista pelos turistas e pelos próprios belenenses”, finalizou.
Foto: Kalleb RendeiroEntre os artistas que participaram do projeto estão And Santos, Dannoelly, Waldir Lisboa, Ed Cardoso, Lapa da Cremação, Nilo, Bia Parawara, Théo Lima, Vitor Cupido, Marcelo Alho e outros.
Parceiros culturais - Segundo a analista de Sustentabilidade da Equatorial Energia, Michelle Miranda, o "Cores do Pará" é uma forma de “expressão artística e cultural e está contribuindo e apresentando a diversidade cultural que temos em nossa cidade”.
A Equatorial é uma das empresas que investem em cultura no Estado, incentivando projetos viabilizados pelo Programa Semear desde 2019, mesmo no contexto pandêmico.
“Quando patrocinamos um projeto, sabemos que o mesmo vai impactar positivamente a localidade gerando emprego, renda e fazendo a economia circular naquele território. O Pará é um estado rico em cultura e apoiar essas produções é contribuir com a valorização, construção e a preservação da identidade cultural do estado, além de ser uma forma tangível de mostrarmos o nosso compromisso com a comunidade”, finalizou.