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Em Belém, Fundação Curro Velho recebe visita de indígenas das etnias Juruna e Arara

Visita funcionou como um intercâmbio para conhecimentos sobre pintura e técnicas esquecidas pelo contato com outras culturas
Por Jhullyele Santos (ASCOM)
16/08/2023 11h18

O Núcleo de Oficinas do Curro Velho recebeu, nesta sexta-feira (11), um intercâmbio cultural com indígenas das etnias Juruna e Arara da Volta Grande do Xingu. Para a ocasião, a Fundação Cultural do Pará (FCP) organizou uma mostra de obras produzidas nas oficinas regulares do espaço, além de atividades com pintura, conduzidas pelo técnico em gestão cultural Ednaldo Britto. A programação inicia-se a partir das 9h30.

O objetivo do encontro foi trocar conhecimentos sobre pintura e ensinar técnicas esquecidas pelo contato com outras culturas. O intercâmbio foi acompanhado pela professora da UFPA Ida Hamoy, responsável pelo desenvolvimento de atividades no Programa de Patrimônio Cultural Material e Imaterial do Componente Indígena do PBA de Belo Monte. 


Paulo Assunção, diretor de Oficinas Culturais e de Iniciação Artística, fala sobre como o projeto é uma missão da FCP, trazendo artistas e instrutores para mostras técnicas de artes para toda a comunidade. 

“A Fundação Cultural, como um todo, e fazendo o recorte ao Curro Velho, está fazendo esse intercâmbio, com comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas, todas essas comunidades que produzem arte. Isso é uma matéria-prima e é cada vez mais importante receber esses povos originários. Agora, temos a satisfação de receber essas duas aldeias, Juruna e Arara”, explicou o diretor.

Intercâmbio cultural - A proposta veio dos próprios indígenas, que têm no seu fazer artístico a pintura corporal e a pintura em tecido. As etnias Juruna e Arara da Volta do Grande Xingu são grupos originários que possuem a prática da pintura em sua ancestralidade. Dessa forma, essa troca de conhecimentos é responsável por fazer a manutenção dessa cultura.

Joelma Juruna, de 14 anos, fala sobre como foi sua experiência com a visita. “O que eu mais gostei foi acompanhar e ver as artes que eles fazem aqui, como os desenhos, esculturas de barro, e pinturas. Isso representa um pouco da nossa cultura, as pinturas na parede, e no papel, eu achei muito boa também”, disse a jovem. 

Bekwynhry, da etnia Arara da Volta Grande do Xingu, também falou sobre o intercâmbio cultural. “É com imensa alegria estar aqui, participando e conhecendo. Eu vi pinturas e outros tipos de arte que na nossa aldeia foram esquecidos. Para nós, tem uma importância muito grande, ficamos alegres em estarmos aqui participando, por que isso aqui melhora a nossa vida dentro da aldeia”, descreve a indigena.

Destaque - Para a professora Ida Hamoy, o Curro velho é uma referência em oficinas de pintura na capital. “O projeto faz parte do plano básico ambiental, que é obrigatório em todos os processos de licenciamento ambiental, e hoje trabalhamos com essas duas etnias Juruna e Arara da Volta Grande do Xingu, que são comunidades indígenas, que tem sua ancestralidade”, explicou. 

“O programa de patrimônio cultural vem revitalizar toda a cultura e a ancestralidade do trabalho artesanal, que muitas vezes são perdidos”, finaliza a professora. 

A conservação da cultura indígena é essencial para o Estado, que vive um momento de destaque internacional, em virtude da Cúpula da Amazônia, ocorrida em agosto, e da COP-30, que será realizada na capital paraense em 2025. 

Nesse contexto, a Fundação Cultural do Pará abre suas portas para fomentar, preservar e difundir os bens culturais, assegurando o acesso às diversas linguagens de arte e ofício. É missão da Fundação, também, garantir o desenvolvimento das artes em geral, mediante atividades nas áreas de ensino, extensão, experimentação e pesquisa, de forma a promover o homem como agente de sua própria cultura.