A Casa da Linguagem, núcleo da Fundação Cultural do Pará, oferece cursos e oficinas nas diversas áreas artísticas, com ênfase na linguagem verbal. Com o objetivo de formar professores e agentes multiplicadores nas áreas de Libras, metodologia de ensino da literatura, língua portuguesa e mediação de leituras, a Casa é referência no ensino da leitura e da escrita.
A equipe da Casa da Linguagem propõe mais uma ação de fomento à leitura: a oficina "Leitura Literária na Sala de Aula" será ministrada pela professora Janete Borges, nos dias 4 e 5 de maio, das 15h às 18h, com a oferta de 20 vagas. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas por meio deste link, no período de 20 de abril a 4 de maio. A instituição também vai oferecer certificados para os alunos e alunas participantes.
A Casa da Linguagem informa que funciona ainda como uma oportunidade de iniciação profissional para os estudantes da área de Letras, Pedagogia e profissionais que atuam no ensino fundamental, que lá encontram um local ideal para experimentação de novas metodologias de ensino. Além das oficinas regulares, organiza projetos especiais para o fomento e a difusão da literatura em suas mais variadas formas. Programações que possibilitam o acesso ao livro e aos autores contemporâneos, estimulando o prazer pela leitura literária: conversa com escritores, saraus, seminários, performances e leituras públicas. Nesse sentido, a equipe propôs mais uma ação de fomento à leitura, o Projeto Casa Encantada, ação especialmente dedicada à formação de leitores por meio da contação de histórias e oficinas para a formação de novos contadores e mediadores de leitura.
Elaine Oliveira, técnica em gestão cultural da FCP, explica que a leitura tem papel fundamental em nossa sociedade, por isso são muitos os estudos acerca do tema leitura, formação de leitor e escola. “Esses estudos mostram o quanto a leitura pode transformar um indivíduo. Na escola, ela tem um papel fundamental, por isso quanto mais cedo o acesso, maior e melhor os resultados, daí a importância da leitura como uma das prioridades na escola, mas não a leitura mecanizada, aquela que é feita apenas para avaliação, precisamos de leitores conscientes, críticos, influenciadores, sensíveis, humanizados. Para tanto, não pode ser qualquer leitura que a escola precisa trabalhar, prioritariamente precisa ser a leitura literária, pois como nos ensina o poeta Antonio Candido, é ela quem nos leva à fabulação, ou seja, o texto literário é o único que nos dá possibilidades de devanear, recriar, imaginar e aguçar em nós a sensibilidade que nos torna humanos”, detalha.
O acesso ao texto literário é, portanto, essencial no espaço escolar, não com o fim didático, mas como arte, fruição, reflexão, com sua função social, com todo seu mundiamento. A leitura precisa ser um um momento vivo, atraente, seguro e de encantamento, além disso, precisa ser acessível - em todos os sentidos da palavra - para que, através de atividades contínuas, toda a comunidade escolar possa usufruir. Ela deve proporcionar a busca pela diversidade, criatividade, reflexão e questionamentos, tudo isso estimulado a partir do letramento literário.
As ações desenvolvidas não podem ser apenas pontuais, ligadas a uma data comemorativa e depois deixadas de lado. Um espaço vivo implica em movimentos contínuos que possam proporcionar diálogos saudáveis, trocas, afetividades, pois a realidade na qual os alunos estão inseridos é dinâmica, a escola não pode ser diferente. Sendo a escola o espaço do letramento, ela também deve ser o espaço de formação de leitores.
Professora da oficina, Janete Borges integra a rede estadual de ensino, é contadora de histórias do Grupo Xamã Contadoras de Histórias. Ela explica que falar sobre a leitura literária na escola é mostrar a importância que a literatura tem como o fomento da leitura, mas também com a função social que a literatura tem, que é levar à reflexão e aos questionamentos. “E quanto mais cedo se leva a literatura para o espaço formal de educação, melhores são os resultados com a formação de cidadãs e cidadãos mais críticos, sensíveis e atentos ao que acontece ao seu redor, porque a leitura faz isso”, detalha.
Janete Borges também informou que a Rede de Contadores de Histórias do Pará é parceira da Casa da Linguagem e foi a partir desta parceria que surgiu o projeto Casa Encantada, para trabalhar a literatura e as oralidades de um modo geral.
A professora recorda a fala do poeta Antônio Cândido, que diz que a literatura deveria ser um direito humano e é isso que a professora defende também, que a literatura precisa estar na escola não só na disciplina de língua portuguesa. “Todos os professores deveriam trabalhar com o texto literário, e ministrar uma oficina dessa num espaço como a Casa da Linguagem, um espaço de resistência da palavra escrita e oral, que tem muita importância dentro da nossa cidade. É sempre bom poder ocupar esse espaço com a arte para a qual ela foi pensada, e é sempre uma honra, porque a gente acaba fortalecendo a ideia e honrando a memória da Maria Lúcia Medeiros, que criou esse espaço pensando no trabalho a partir do texto literário”, conclui.
A oficina pretende que o momento de leitura seja também de formação, seja de docentes, alunos e/ou demais pessoas interessadas na formação de leitores. Pretende contribuir com a formação continuada de educadores, contadores de histórias e mediadores de leitura, para o trabalho com as poéticas orais e escritas em sala de aula e /ou bibliotecas. Espera-se que as/os participantes possam ampliar seus conhecimentos e suas práticas sobre leitura literária e sua importância nos espaços de educação, sejam eles formais ou não.
Com essa iniciativa, a Casa da Linguagem reafirma seu compromisso com o fomento à leitura e à formação de leitores conscientes, críticos, sensíveis e humanizados, por meio da promoção de ações que estimulem a busca pela diversidade, criatividade, reflexão e questionamento, tudo isso estimulado a partir do letramento literário. Confira o conteúdo programático da oficina: Letramento Literário: como pôr em prática, Cadê a poesia?, Clube de leitura e Círculo de leitura e Projetos de leitura na prática.
Serviço:
Projeto A Casa Encantada - Oficina de Leitura Literária na sala de aula
Quando: 4 e 5 de maio, de 15h às 18h
Onde: Casa da Linguagem
Público Alvo: Educadores sociais, alunos de licenciatura e biblioteconomia.