A Biblioteca Pública Arthur Vianna (BPAV), localizada no Centur, sede da Fundação Cultural do Pará, está completando 152 anos neste sábado (25). A programação de aniversário começa no dia 22 e vai até o dia 24 de março. A realização inclui palestras, oficinas, lançamentos de obras e workshops. O evento é aberto ao público.
A cerimônia de abertura começará às 9h, com leitura de poesias e apresentação de bonecos de fantoche no hall do Centro de Eventos Ismael Nery (CEIN). As oficinas acontecerão na parte da tarde, tanto para adultos quanto para crianças. Nos dias seguintes, a programação vai contar com rodas de conversa e um sarau literário.
Confira a programação completa
Para os gestores da Biblioteca, a comemoração do aniversário de 152 anos tem o objetivo de promover a interação entre profissionais e amantes da leitura, além de fortalecer as bibliotecas como locais de compartilhamento de ideias e aprendizados. A BPAV compreende também as seções de Obras Raras, Braille, Obras do Pará, além da Fonoteca Satyro de Mello, da Gibiteca e da Brinquedoteca.
O presidente da Fundação Cultural do Pará, Thiago Miranda, enfatiza que o espaço é uma referência no que diz respeito ao acervo de obras e de materiais de pesquisa no nosso Estado. “É a Biblioteca mais importante da nossa região, pois dispõe de um valioso acervo de livros, vinis e CD 's. É uma contribuição que vai além dos serviços culturais, chegam a ser sociais, pois a Biblioteca atua nos mais diversos municípios do Estado. Essa sempre foi a missão da nossa Fundação, interiorizar a cultura no nosso Estado”, destacou.
Tainara Cardoso é bibliotecária e trabalha na Fonoteca Satyro de MeloTainara Cardoso é bibliotecária há seis anos e começou a trabalhar na Arthur Vianna em maio de 2022. Ela atua na Fonoteca Satyro de Mello e diz que se sente agraciada por trabalhar na instituição. “Conviver nesse ambiente musical que a seção proporciona tem me dado felicidade, não somente pelo conforto do local, mas também na relação cotidiana com os colegas e usuários”, disse.
“A Biblioteca Arthur Vianna já representa um marco na minha vida pessoal e profissional, pois tenho aprendido diariamente sobre a missão do bibliotecário como importante mediador informacional e cultural”, revela Tainara. Para ela, o valor da biblioteca está na sua considerável participação no cenário cultural e social.
É isso o que também sente a bibliotecária Terezinha Lima, que atua há mais de 40 anos na biblioteca pública do Estado. Ela diz que a Biblioteca é uma verdadeira escola para quem trabalha com informação e promove a leitura. “Ela é uma referência no Norte e no Brasil, por ser uma biblioteca viva”, disse. “Eu não sou só bibliotecária, eu sou também educadora, nós também somos artistas, pois trabalhamos com teatro, com poesia e com música”, finalizou Tereza.
História - Em 1839 já se pensava em fundar uma biblioteca pública na Província do Pará. A proposta foi levada para a Câmara Municipal de Lisboa, onde teve algumas rejeições, mas foi aprovada pela Assembléia Provincial. Em 1846, foi criada a Biblioteca Pública, anexa ao Lyceu Paraense, hoje Colégio Paes de Carvalho.
Em 1863, mudou-se para o prédio do antigo Convento do Carmo, onde ficou abandonada por dez anos, quando foi instituída como órgão público e reinaugurada no Lyceu Paraense. No governo de Lauro Sodré, a Biblioteca passou a funcionar no lugar do Banco Commercial do Pará, hoje Arquivo Público do Pará, que no ano de 1894, foi oficialmente incorporado à Biblioteca.
Por sua própria expansão e pela inadequação de espaço, em 1986, a Biblioteca Pública foi transferida para a Fundação Cultural do Pará, onde funciona até hoje, recebendo o nome de Biblioteca Pública Arthur Vianna.
Atuação - É a Biblioteca mais importante da região Norte, atendendo, em média, 2 mil usuários por dia. Dispõe de um valioso acervo com aproximadamente 800 mil volumes em todas as vertentes literárias, técnicas e didáticas. Além disso, oferece os mais diversos serviços nas áreas da promoção, difusão e preservação da cultura, em todas as suas formas de expressão, sobretudo através da leitura.
A Biblioteca Pública Arthur Vianna expandiu sua atuação, coordenando as bibliotecas setoriais: Biblioteca Vicente Salles (Casa das Artes), Biblioteca Carmen Souza (Curro Velho) e Biblioteca Francisco Paulo Mendes (Casa da Linguagem), além das nove bibliotecas localizadas nas Usinas da Paz.
A bibliotecária Liliane Rabelo afirma que a Biblioteca é um espaço de muitas possibilidades, pois “te permite trabalhar em diferentes vertentes da profissão, explorando de forma positiva o profissional nas suas potencialidades sempre com o objetivo de levar informação, conhecimento e o melhor atendimento ao usuários da biblioteca”.
Para ela, “A contribuição social da Biblioteca Arthur Vianna é evidenciada a partir do momento em que não só informa e instrui pessoas, mas instiga a participação do público, explorando o seu potencial como protagonista dentro dos vários projetos existentes no espaço”.
Para a Coordenadora Socorro Baia, “a Biblioteca é um organismo vivo, gestor da informação, uma prestadora de serviços que disponibiliza aos seus usuários um acervo amplo, diversificado e com acesso democrático ao mundo da informação”. A Arthur Vianna é responsável por desenvolver diversos projetos na área da leitura, como os projetos “Sonoridades”, “Pesquisa em Pauta”, “Literatura para gente miúda”, “Varandas Literárias”, “Ilustra”, “Múltiplas Visões”, entre outros.
"A Biblioteca representa o conhecimento e a sabedoria obtidos por meio dos livros e da informação. É uma Instituição fomentadora da leitura e da cultura, gerando conhecimento e favorecendo o pleno exercício da cidadania. É uma instituição que colabora para que a comunidade tenha acesso à informação e consiga alcançar seus objetivos acadêmicos, técnicos e de lazer", finalizou Socorro Baia.
Socorro Baia é coordenadora da Biblioteca Pública Arthur Vianna