Nesta terça-feira, 13 de dezembro, é comemorado o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual. A data, estabelecida em 1961, tem como objetivo combater a discriminação e o preconceito contra pessoas que apresentam limitações visuais. E para garantir a inclusão social dessa população, a Seção Braille da Biblioteca Pública Arthur Vianna, espaço da Fundação Cultural do Pará (FCP), oferece há 48 anos diferentes serviços de acessibilidade e formação.
O espaço, localizado no segundo andar do Centur, em Belém, é aberto ao público de segunda a sexta, das 9h às 18h. Entre os serviços disponíveis, estão computadores com sintetizadores de voz que facilitam a navegação e o acesso à internet, digitalização de textos, empréstimo de audiolivros, periódicos e livros em braille, leitura oral, impressões em braille, dentre outros.
Além disso, a Biblioteca Pública Arthur Vianna conta com um novo serviço, os óculos “Orcam MyEye”, que permitem a leitura instantânea de materiais como livros, revistas, apostilas e código de barras. Os óculos apresentam uma câmera acoplada que reconhece os objetos e cores situados a sua frente.
A Fundação também oferece, a cada três meses, oficinas gratuitas de braille direcionadas para estudantes e professores que trabalham na área. Durante as aulas, os participantes recebem formação básica sobre o sistema braille e as ferramentas de acessibilidade.
De acordo com o servidor da FCP, Dailton Conceição, a Seção Braille recebe em torno de 200 usuários por mês. Esse público é formado tanto por pessoas com deficiência visual quanto visitantes que buscam mais informações sobre o espaço e seus serviços.
Dailton atua há 14 anos na Seção e ressalta que o espaço é fundamental para a formação acadêmica e profissional das pessoas com deficiência visual no Estado do Pará. “Nós temos casos de pessoas que começaram a utilizar a Seção Braille desde muito cedo e que hoje são doutores, mestres e pós-graduados. O serviço oferecido é necessário para a adequação e adaptação, de forma mais rápida, do material que a pessoa estuda ”, comenta.
O servidor acrescenta que outro fator importante é o atendimento adequado, já que as pessoas com limitação visual precisam de ferramentas e instrumentos que facilitem o acesso à cultura e informação. “A Seção Braille do Centur tem oferecido esse serviço com qualidade e que com certeza é de grande relevância para o desenvolvimento das pessoas com deficiência visual no Pará”, finaliza.
Thaine Martins frequenta a Seção Braille da FCP desde 2007. A jornalista, que tem deficiência visual, conta que utiliza os recursos disponíveis para estudar e realizar pesquisas acadêmicas. “Estudei para o vestibular com os materiais feitos pela Fundação, pude fazer curso de espanhol trazendo os livros para serem impressos em braille e a seção me ajudou ao longo da universidade também”, afirma.
Atualmente, Thaine utiliza os óculos “Orcam MyEye” para ler livros impressos, principalmente de autores paraenses, e ajuda a ministrar as oficinas de braille promovidas pela FCP. “Ajudo na explicação, elaboração e correção das atividades que os participantes realizam. Está sendo muito boa essa experiência de participar como ministrante da oficina, porque já estive em muitas palestras mas sempre como usuária”, ressalta.
Em comemoração aos 48 anos de funcionamento, o espaço realizou em novembro uma programação gratuita com oficinas, palestras e jogos.