Preservação da natureza e união, essas foram as mensagens entoadas durante a “Revoada dos Pássaros”, no sábado passado (11). A celebração, que abriu as festividades da quadra junina da Fundação Cultural do Pará, reuniu 14 grupos de pássaros e bichos juninos na Casa das Artes, localizada no bairro de Nazaré.
Durante o tradicional cortejo junino, os grupos e cordões de pássaros contornaram a Praça Santuário de Nazaré, dando início ao tão esperado Arraial de Todos os Santos 2022. Estiveram presentes grupos como Tucano, Oncinha, Bacu, Tem-Tem do Guamá, Colibri de Outeiro, entre outros. Todos esperam animados o começo das apresentações no Teatro Margarida Schivasappa, que ocorrerá dos dias 25 de junho a 03 de julho.
Laurene Ataide, guardiã do cordão de pássaro Colibri de Outeiro, destaca a importância dessa manifestação da cultura popular paraense.
“Para nós é um momento muito emocionante e a gente fica muito feliz de ter voltado, depois de dois anos, a se encontrar nesta revoada tão bonita que acontece lá na Casa das Artes. Então, é muito bom sentir que a cultura nossa dos pássaros não morreu, que ela está viva”, ressalta a guardiã.
De acordo com Elaine Oliveira, técnica em gestão cultural da FCP, a tradição folclórica é marcada por histórias com características melodramáticas e de fantasia, que buscam representar a libertação dos pássaros para brincar na quadra junina.
“A Revoada é um ritual que os grupos juninos realizam para dar início à apresentação dos pássaros na quadra junina de cada ano. Então, eles fazem como se fosse uma cena, onde os pássaros estão todos na floresta, por isso que eles reúnem todos os cordões de pássaros e bichos, fazendo de conta que os caçadores estão querendo atingir os bichinhos na floresta e aí as fadas intervêm e os pássaros voam, porque elas fazem o caçador dormir. Então, por isso que é a revoada. Porque eles estão livres para brincar a quadra junina”, aclara Elaine.
A guardiã Laurene pontua que o suporte do governo é essencial para a valorização desse festejo. “É muito importante esse apoio que o Governo do Estado nos dá, para não deixar morrer esta manifestação da cultura popular paraense, que são os pássaros juninos”.
Para a servidora Elaine, a Revoada sempre buscou destacar a necessidade de se preservar a natureza, especialmente na região da Amazônia. “O pássaro, desde a sua origem, já traz no teor do texto, da mensagem que passa na peça, que a natureza precisa ser preservada. Então é um tema extremamente atual. E pra gente repensar que a Amazônia sempre foi ameaçada, mas o homem que vive nesse espaço sempre teve consciência da importância que a natureza tem na vida dele”.
A programação junina nos espaços da FCP prossegue até o dia 03 de julho, com diversas atrações, como os tradicionais concursos de Quadrilhas Juninas e de Misses e as apresentações dos grupos de Toadas e Parafolclóricos.