Estão abertas as inscrições para o projeto Choro do Pará, desenvolvido pela Fundação Cultural do Pará (FCP/Centur), e que ofertará quatro oficinas: cavaquinho, violão, percussão e instrumentos solo. As inscrições são gratuitas e os candidatos devem ter e saber tocar os instrumentos escolhidos. As turmas iniciam no dia 6 de março, com aulas toda sexta e sábado, das 16h às 19h, no Centro de Experimentação e Pesquisa Artística e Cultural do Pará (antigo IAP). Não há limite de vagas.
Os facilitadores são os músicos Diego Leite (violão de seis e sete cordas), Emilio Meninéia (percussão), Carlos “Buchecha” Meireles (cavaquinho) e Claude Lago (instrumentos solo). “A gente espera fazer um trabalho ainda melhor que nos outros anos. Queremos mexer com a questão dos ritmos, trazer essa diversidade do choro e mostrar que ele compõe a base de vários tipos de música, do baião à bossa nova”, diz Meninéia.
O Choro do Pará existe há oito anos e começou com oficinas no antigo IAP (Instituto de Artes do Pará), depois seguiu para a Casa da Linguagem e, hoje, com a fusão destas instituições, volta a ter suas atividades no local de origem. O projeto deu inicio a vários grupos de choro da capital, como o Sapecando no Choro, O Charme do Choro (formado apenas por mulheres) e o Clave da Lua.
Mas o principal fruto das oficinas é a Orquestra Choro do Pará, formada pelos alunos do projeto, somando quase 60 integrantes, e que sempre se apresenta no encerramento das aulas. Também integram a orquestra músicos como Adamor do Bandolim, Maurício Panzera e Paulinho Moura, músico e gerente de linguagem sonora da FCP. “Esse trabalho permitiu que vários jovens montassem seus grupos para entrar no mercado do choro, além de abrir as portas para esse gênero aqui em Belém”, comenta Buchecha.
As aulas incluem desde o conteúdo teórico até exercícios que orientam quanto à formação de cadência, harmonização e a adaptação de ritmos diferentes à moda do chorinho. "Um dos instrumentos mais habituais, o cavaquinho, é também um dos mais complicados", explica Meninéia. “Isso porque além da questão percussiva ele também envolve o harmônico, ou seja, exige um trabalho duplo”.
E apesar da linguagem do choro não ser tão comum nem fácil de tocar, os professores tem conseguido repassar seus conhecimentos para toda uma nova geração de apaixonados pelo gênero. “Mais do que aprender, é uma questão de viver o choro. Acredito que o Choro do Pará é um projeto que precisa ser fortalecido, pois aproxima as pessoas da arte. Desde que foi criado, vemos muitos jovens tocando o chorinho e frequentando espaços dedicados ao gênero”, argumenta a compositora Carla Cabral, que entrou no projeto em 2006 e é membro-fundadora do grupo O Charme do Choro.
Serviço: Inscrições para o projeto “Choro do Pará”, no Centro de Experimentação e Pesquisa Artística e Cultural do Pará (antigo IAP). Documentos necessários: carteira de identidade (até o dia da primeira aula). Endereço: Praça Justo Chermont (ao lado da Basílica), 235 – Nazaré. Aulas a partir de 6 de março, às sextas e sábados, das 16h às 19h. Não há limite de vagas. Informações pelo telefone: (91) 3184-9105