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Teatro Experimental Waldemar Henrique recebe oficina "Corpo e Memória" com inclusão e experimentação cênica

Iniciativa integra projeto de ocupação contemplado pelo edital Tamba-Tajá 2024 da FCP
Por Helena Saria (ASCOM)
17/01/2025 15h41

O Teatro Experimental Waldemar Henrique (TEWH), em Belém, está sediando uma iniciativa de formação e experimentação artística: desde o dia 7 de janeiro, a oficina "Corpo e Memória: Laboratório de Bioenergética para Criação Cênica" vem sendo realizada como parte do projeto “Religare”, do Dirigível Coletivo, contemplado no edital Tamba-Tajá 2024 da Fundação Cultural do Pará. A oficina, que segue até o dia 19 de janeiro, foi oferecida à comunidade e a seleção priorizou a inclusão de pessoas com deficiência, garantindo suporte adaptado durante o processo criativo.

O ministrante, Felipe Kurschat, com ampla experiência na articulação entre corpo, arte e psicoterapia, conduz as atividades, que somam uma carga horária de 72 horas. Durante a oficina, dinâmicas baseadas em bioenergética e psicodrama exploram a relação entre memória pessoal e criação cênica.

A proposta constroi uma performance-instalação que dá voz às narrativas orais e memórias ancestrais, reconhecendo sua relevância na identidade cultural. Durante a oficina, os participantes compartilham suas histórias pessoais e têm a oportunidade de integrar o elenco da montagem final junto ao Dirigível Coletivo, caso desejem.

Raissa Araújo, diretora do projeto, explica que a equipe trouxe várias atividades e materiais para experimentar um modo de pré-criação de um espetáculo. “Os participantes têm respondido bem, estamos bem unidos e integrados. Nossa ideia é que a partir dessas experimentações, possamos criar algo para a plateia ter minimamente uma experiência sensorial, e não somente o elenco. Estamos colhendo um material inconsciente muito interessante, que vai ser referência para partirmos para a segunda etapa, que é criar uma peça-instalação que nos estimula a pensar”, detalha Araújo.

O projeto também oferece ajuda de custo para participantes de baixa renda, condicionada à presença ativa nas atividades. Após a conclusão da oficina, a culminância será a apresentação da performance-instalação “Religare” em fevereiro, com acessibilidade integrada à linguagem artística e à montagem.

“Religare” propõe uma reflexão sobre o silenciamento das memórias e busca despertar uma postura ativa no público, especialmente em um contexto de intensificação das desinformações e banalização da violência na sociedade brasileira.

Nívia Brito, Assistente Cultural do TEWH, conta que a implementação do edital Tamba-Tajá proporcionou aos artistas regionais a oportunidade de colocar seus projetos artísticos em prática dentro de espaços culturais como o Teatro Waldemar Henrique. “O Pauta Residência possibilitou a experimentação e montagem de seus espetáculos por um tempo maior de utilização do Teatro e seus equipamentos, o que já era um pedido antigo de ocupação da classe artística paraense”, conclui.

A realização dessa oficina é um exemplo da atuação da Fundação Cultural do Pará (FCP) na difusão e promoção da cultura paraense. Por meio do edital Tamba Tajá, a FCP estimula iniciativas que valorizam a memória, a inclusão e a criatividade artística, fortalecendo a cena cultural do estado e oferecendo novas oportunidades à comunidade.