Possíveis paisagens de um lugar comum
manequins que nos observam tristemente, aqui e ali, nas criaturas inanimadas de pedra, papel e louça que, na imagem fotográfica, se
alçam à categoria de humanos, ou vice-versa, posto que, nesta condição, são igualmente objetos estáticos congelados pelo registro. A fantasia também existe se por ela nos deixarmos envolver na paisagem silenciosa de uma tarde de um dia sem fim.
BORIS KOSSOY
Andarilhar por paisagens, por memórias, um fluxo humano que parece rio, a paisagem do centro histórico carrega essas antíteses, bela e arquitetônica, com paisagem humana movente, uma grande performance que se reconstrói todos as manhãs, a feira e seu
personagens, as instalações que se remontam para anunciar as novidades, para vender os frutos da terra, ou mesmo para os produtos importados que se juntam aos
montes.
Samir Damasceno traz, em sua nova mostra, obras que carregam muito de sua memória afetiva e também de seus desejos. O comércio, lugar de labuta, também é de sua apreciação e experimentação estética. Fotografias e pinturas se misturam para recriar seus lugares de afeto, apropriando-se de materiais que ora seriam descartados, o artista constrói novas paisagens, novos lugares de se pensar esse centro histórico. Multi artista, a mostra expõe pinturas, desenhos, bordados, instalações, fazendo-nos repensar esse lugar
de experiências.
Adan Costa
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