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Veni, vidi, vici

A exposição “Veni ,vidi, vici” na Galeria Theodoro Braga apresenta uma nova possibilidade de inserção de fragmentos da Arte Urbana em um espaço expositivo. Elementos como graffitis, tags, cartazes lambe lambe, sketches, stickers compõem a exposição, além de registros fotográficos em diferentes cidades, como Belém, São Paulo, João Pessoa e Paris.

O coletivo composto por Santo, Lima, Rapha, Gaiato, Rha , Catatal ,Oiac, Kael, Alex , Caos, Rocker e Osons foi formado no ano de 2018, sugerido pelo artista Odorico Emmanuel em um encontro entre os integrantes durante uma exposição. Após o dialogo entre os amigos ficou definido o nome do grupo: VX3, uma livre referência a expressão latina “Veni, vidi, vici”, cuja tradução: Vi, vim e venci é atribuída ao general romano Julio César em uma carta enviada ao Senado Romano, descrevendo suas conquistas durante a Batalha de Zela, em 47 a.C.

O graffiti, que é uma das manifestações urbanas mais conhecidas, tem origem no Império romano, e já possuía então a intenção de ser algo relacionado ao protesto. Mas foi por volta dos anos 1960 que nos Estados Unidos, nas cidades da Filadélfia e Nova Iorque, que ressurgiu de forma massiva e contestadora de uma realidade com uma infinidade de problemas sociais, de ordem econômica, política e racial. Por ter origem no mundo underground e nos guetos de grandes centros, ainda existe muito preconceito, que paulatinamente vem se desconstruindo, principalmente pelos desdobramentos que o graffiti adquiriu nas cidades em grandes painéis e murais, e a própria inserção dessa manifestação dentro das galerias e museus de arte.

A proposta expositiva tenta trazer a possibilidade do visitante se inserir na cultura street, assim como nas etapas pertencentes às intervenções no sítio urbano, bem como aos materiais utilizados e as técnicas aplicadas.

A assinatura VX3 da crew - conjunto de grafiteiros - faz o resgate à própria origem da terminologia da expressão latina, e é onde firmam seu posicionamento enquanto artistas e cidadãos, desenhando diferentes cartografias de natureza urbana, social e até psicológica, direcionando o expectador a uma possibilidade de perceber a vida urbana sobre outra perspectiva: olhar a cidade, conquistar o direito a ela, e vencer as adversidades da vida.

João Paulo do Amaral

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