RITO RESISTÊNCIA
A exposição “Rito Resistência” apresenta um pequeno fragmento do que é a experiência de viver no Norte do país. Na seleção dos trabalhos expostos nessa mostra, me concentrei naquele momento fundamental da vida em que é preciso voltar ao lugar de origem, para se entender como ir e para se entender o movimento das coisas. Estão presentes um conjunto de obras com proposições diferentes, desde experimentos fílmicos que tematizam a abstração da natureza e homem aos que envolvem uma fase intensa de estudo sobre as cores, luz e personagens na fotografia digital. Selecionadas a partir de um amplo material produzidas na região da Amazônia Paraense durante alguns anos, sob seus diversos aspectos. A seleção propõe ao expectador, vivenciar uma viagem sob um olhar particular e uma experiência pessoal da artista sobre os povos tradicionais, suas particularidades, cultos, misticismos, resistências e cultura. E de sua experiência de ser, além de artista, mulher nesta região.
Pautado entre o ficcional e o documental, mesclando técnicas utilizadas pela artista entre o tradicional e o contemporâneo de experimentação da imagem. Ora fotografando e ora sendo fotografada, alternando estes papéis entre a maneira de olhar o lugar e quando fazer parte dele. Optando por dividir a exposição em 3 partes, iniciando o percurso como algo que se pode entender como Amazônia Ancestral e de resistência, com trabalhos em que a performance é utilizada como ferramenta de diálogo e proximidade com esses discursos; A segunda parte, imagens que trazem particularidades mais atuais da cultura paraense e suas paisagens: pessoas, costumes e lugares; E por fim, imagens de técnicas em experimentações fotográficas analógicas e técnicas mistas, abstraindo um pouco mais a experiência desses lugares e tornando o processo mais orgânico. Esta exposição, além de um pequeno culto é também uma homenagem aos meus ancestrais, aos sujeitos, forças e entidades presentes. A minha avó Milca Moura - cabocla marajoara - pela sua trajetória e ensinamento e as Ilhas que sempre me acolhem durante estas trajetórias de retorno. São as experiências pessoais que alimentam nossa existência.
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