Mãe do Corpo
Coletivo Vênus
TEXTO CURATORIAL
Os saberes e ritos tradicionais de culturas ribeirinhas e interioranas nos conduzem à percepção da relação entre corpo, alma e mente.
Para as parteiras marajoaras a expressão “mãe do corpo” designa a busca pela sensibilidade ancestral que lateja dentro das mulheres, ao mesmo tempo em que a ciência nos diz que “mãe do corpo” é o retorno dos órgãos aos seus lugares originais após a gestação.
Estas relações instigaram-nos a adentrar a analogia entre os processos humanos de perda e busca da essência, e os processos cíclicos observados na natureza.
Através de vivências e impressões pessoais vividas in loco no Rio Atatazinho, na Ilha do Marajó, cada artista apropriou-se de algum elemento da natureza, uma matéria prima, trazendo-o para dentro do domínio de sua linguagem. As obras realizadas e aqui expostas, respeitam movimentos orgânicos que nomeamos fase de ruptura, vazio, readaptação e de reencontro, as quais comportam o rompimento desse corpo natural em diferentes processos de busca.
A expressão mãe do corpo aqui também é vivenciada para devorar e digerir, plástica e esteticamente, os corpos e matérias-primas da nossa natureza originária.
Coletivo Vênus
Espelho do texto - JuVasconcelos
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