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Amazonia Style - Part II

Jin Barreto

TEXTO CURATORIAL

Na correria do dia a dia das grandes cidades, estamos quase sempre imersos ao seu tecido, sob a condição de passageiros. Nas variadas dinâmicas de movimentação da urbe contemporânea, submetemos nosso olhar a condições rotineiras de codificação e dispersão. Seja pelo cansaço do trânsito, que a cada dia se faz mais caótico, seja pela pressa no cumprimento dos compromissos de Cronos, ou nas nossas lógicas diárias de deslocamento e destino. No entanto, o olhar dos artistas urbanos trabalha sob uma perspectiva de atenção diferente. Cria mecanismos particulares de varredura do tecido urbano e tece sobre estes novas lógicas de pensamento. Por hábito inerente a sua modalidade artística, esses artistas estão habituados a procurar locais específicos para produzir suas obras. São dias, meses e até anos estudando e planejando a melhor maneira de ocupar/realizar sua ação naquele determinado lugar, que passa a se constituir como parte da matéria-prima imagética dos seus projetos.


A cidade, o lugar e a paisagem, sob este contexto, transformam-se. Viram partes indissociáveis dessas obras. Com isso, nos ajudam a localizar entre-lugares, territórios, bordas, limites.. nos permitindo redimensionar a noção sobre várias escalas urbanas. Afetam, assim, as diversas camadas que compõem nosso repertório para apreender a dimensão citadina.


No programa de ações que compõem Amazônia Style, as referências de espaço, ação e lugar se constituem como elementos simbólicos estruturais, fazendo parte da base de planejamento e estudo da pesquisa. Em síntese, essa tem sido uma de suas questões. São pontos que, a cada nova obra da série, vêm instituindo-se como formas de ação/pensamento, bases/fundamentos para suas novas escrituras/estruturas espaciais.

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Vale ressaltar que Jin Barreto tem em suas origens criativas forte pulsação como escritor urbano, tendo uma compreensão singular dos seus manejos e a manipulação apurada dos seus elementais, capsulando destas memórias de ação/criação duas forças criativas, que constantemente se misturam em sua poética: grande empenho em fazer e a vontade permanente de desafiar o espaço, a escala e as estruturas.

Escrituras/estruturas espaciais (ou) nota para estudo sobre sítios específicos.


Pablo Mufarrej

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