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Bichara Gaby

Bichara Lopes Gaby

As viagens pelo interior do Pará influenciaram a criação de algumas das obras do artista Bichara Lopes Gaby, que apresenta 32 peças na Galeria Benedito Nunes, da Fundação Cultural do Pará. A exposição tem abertura nesta quarta-feira (14), às 19h, e fica disponível ao público até o dia 30 de agosto. As visitas podem ser realizadas de 8h às 18h.

 
Todas as peças foram produzidas ao longo de alguns anos da carreira e em diferentes fases de produção do artista, sendo a maior parte com o uso das técnicas de nanquim e aquarela.  Bichara Gaby diz que vinha desanimando da arte, uma vez que a falta de espaço e de incentivo para a produção são elementos determinantes para um artista. Até que um grupo de amigos entrou em contato e organizou a exposição com suas peças. "Foi muito bom, fiquei satisfeito com o convite, pois todo artista quer mostrar sua obra", comentou.

As 32 peças selecionadas retratam diferentes momentos da vida de Bichara e muitas retratam as diversas viagens que realizou pelas cidades do interior do Pará quando trabalhava ministrando oficinas de arte. Nessas viagens ele se deparou em vários momentos com situações de descaso e maus-tratos envolvendo mulheres e crianças e, a partir disso, passou a ilustrar alguns desenhos a partir dessas inspirações. "Viajei muito pelo interior do Pará e em vários municípios por onde passei me deparei com mulheres sofrendo por falta de amparo", pontua o artista.

 

Outro ponto forte que o artista cita é o estupro e a exploração de crianças. "Em muitos municípios é comum ver os próprios familiares oferecerem as crianças em troca de dinheiro ou alimento. Era muito triste ver crianças em postos de gasolina mantendo contato com os caminhoneiros para estabelecer a troca de sexo por mercadoria", acrescenta.

Apesar das mazelas sociais retratadas na exposição, o artista explica que na última fase de produção passou a criar desenhos mais leves, inspirados em uma amizade. "O público também vai poder conferir um momento meu mais leve, que fala de amor e amizade", diz. Bichara é amante da Amazônia e diz que ama retratar o que ocorre nela. Mesmo sabendo das dificuldades de investimento na arte e na preservação do meio ambiente, ele segue esperançoso e espera ter novas oportunidades para mostrar sua arte.

A última exposição realizada por Bichara foi em 2001 e já planeja uma nova mostra para o período do Círio.

 

Bruna Lima (Oliberal)
13.08.19 9h23

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