Permanência

Permanência é composta por uma série de trabalhos em pequeno formato que incluem gravura, cerâmica e objetos, que trazem em sua construção a sensibilidade e a vulnerabilidade como força frágil e ancestral que desestrutura a automatização cruel das relações, das violências e das apatias cotidianas, nos lembrando que somos, antes de tudo, seres sensíveis.

Ao olhar para a violência e sensibilidade não como opostos, mas como parte constituinte de nós, a exposição propõe uma imersão íntima e silenciosa na complexidade, contradições e ambigüidades da condição humana, convidando-nos a um olhar sensível para as experiências fundamentais da existência que são comuns a todos nós: o amor, a dor, a felicidade, a amizade, a brutalidade, a esperança, o medo, a morte.

O cervo é a figura central desta série de trabalhos. Ele aparece como símbolo da vulnerabilidade humana – representa a unicidade e a fragilidade da vida, mas também sua força e sua resistência. Amor, medo, amizade, pertencimento, diferença, dor, inocência, resistência, esperança e morte são temas recorrentes dessa série. O silêncio impregna os trabalhos como uma reticência, carregando o espectador para dentro desse universo e propondo a ele um exercício de sensibilização, em que o artista sugere uma aproximação pelo reconhecimento, empatia e cumplicidade com as obras. Também por sua carga simbólica, as cores são reduzidas ao vermelho, a tons terrosos, e ao dourado: violência, corpo, riqueza.