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Irradiando Vida

Comitê Arte Pela Vida

A exposição coletiva “Irradiando Vida” abriu dia 1 de setembro na Galeria Benedito Nunes (Centur), em Belém. A mostra reúne 78 artistas e um total de 186 obras. A exposição ficou aberta para visitação até o dia 30 de setembro.

 
“Irradiando Vida” tem caráter solidário em torno da causa a qual o Comitê Arte Pela Vida deixa seus 25 anos de existência: a luta em favor de pessoas portadoras de HIV. A exposição foi totalmente construída com doações de artistas do Pará, de outros estados e também internacionais; dessa forma, todos os trabalhos estão à venda, e o valor será revertido para os trabalhos da instituição.

Entre alguns nomes que expõem na mostra, estão: Apoena Augusto, Biratan Porto, Cleber Cajun, Edmilson Rodrigues, Eliene Tenório, Elza Lima, Geraldo Teixeira, Guy Veloso, J. Bosco, Jorge Eiró, Leonardo Menescal, Lise Lobato, Luiz Braga, Marinaldo Santos, Mauricio Igor, Nila Tchbum, Nina Matos, Orlando Maneschy, Paulo Santos, Paula Sampaio eTarcísio Ribeiro.

 
A exposição é uma das três ações que marcam as comemorações dos 25 anos do Arte Pela Vida. Na última semana, Gretchen, Esdras Souza, Viviane Batidão e Mc Dourado agitaram um show musical que abriu as  
comemorações. Um dos coordenadores gerais da instituição, Davidson Porteglio, adianta que haverá ainda uma feira de empreendedorismo, nos dias 3 e 4 de setembro.

A exposição 'Irradiando Vida' está montada na galeria Benedito Nunes, do Centur (Cláudio Pinheiro/ O Liberal) “A exposição foi surpreendente. Começamos convidando alguns artistas e ganhou uma grande proporção. Vimos que o Comitê foi abraçado pelos artistas que mandaram”, conta Davidson.

“O grande desafio era que todo dia chegavam mais obras, e precisávamos abraçar todo mundo que estava nos abraçando. Então percebemos que precisava de um grande profissional para montar a exposição”, continua ele, explicando que foi a partir daí que surgiu o convite para a curadoria.

Marcelo Lobato foi o nome que topou a missão de organizar as obras, e assina a curadoria da exposição,além de ter obras que integram a mostra. Davidson conta que seria impossível realizar a exposição sem a curadoria de um profissional, e elogia o trabalho que Marcelo conseguiu fazer ao reunir tantos trabalhos em uma galeria só.

“O legal dessa exposição é que a muitos anos fora de salões não se reunia tantos artistas visuais. Tem desde fotografia, até objetos, pintura e fotografia”, conta Lobato. “Todo mundo doou esses trabalhos, e dessa forma eles estão sendo vendidos a preços mais acessíveis pois é sobre uma causa nobre. Na intenção de ajudar a ong, baixamos os preços”, explica. 

Aliado do Arte Pela Vida, Marcelo Lobato lembra que não poderia recusar o convite para fazer a curadoria da mostra. “Primeiro me chamaram como doador, e imediatamente doei alguns trabalhos. Depois me perguntaram se eu poderia fazer a montagem e curadoria, que eu imediatamente aceitei. O desafio foi enxugar essa exposição pois teve gente que doou cinco ou seis trabalhos”, conta.

Marcelo explica que para alocar uma quantidade grande de obras na galeria, de forma que o ambiente não ficasse visualmente carregado, ele criou divisões que permitiram espaços de respiro, reunindo em blocos obras que conversavam entre si ao longo da galeria.

“A dificuldade foi manter a exposição limpa e coerente. Tirei da horizontal e trabalhei em blocos verticais, como se estivesse decorando a parede da minha casa. Junto três ou quatro obras num diálogo entre si, seja de cor ou temática. Assim fui mesclando, e fiz um misto como se estivesse brincando com uma grande parede de casa”, detalha Lobato.

Orlando Maneschy é um dos artistas que participa da mostra, com uma fotografia intitulada “Marlene, André com Laura”. Trata-se de um registro da artista Marlene Dietrich, feito em 1992. Musa da noite de Belém, a performer posa na foto junto ao estilista André Lima, amigo de infância de Maneschy.

A obra carrega significados duplos dentro da mostra: ao mesmo tempo que Dietrich é uma figura que marca um movimento de virada no trabalho de Maneschy, que passa a fotografar muito mais a noite de Belém; a história da performer também conversa com o sentido da exposição e do Comitê Arte Pela Vida.

“Trazer essa foto artística, feita em 92, mais de 20 anos atrás, tem uma importância muito grande porque o Arte Pela Vida luta pela vida. É um projeto que preza e cuida do outro, de uma série de questões, da vida, dos vulneráveis, de portadores de HIV. E a MArlene, lá pelas tantas, vira portadora de HIV também, e morre em decorrência disso”, conta Maneschy, sobre o sentido de homenagem.

Lucas Costa (Oliberal)
01.09.21 7h02

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